Faturamento médico é um tema que tem que estar sempre no campo das preocupações de gestores e donos de consultórios médicos.
Sem o dinheiro, nenhum atendimento pode ser feito e poucas pessoas podem ser ajudadas.
As principais fontes de receitas que uma clínica pode ter são: realizações de atividades no modelo particular e prestação de auxílio em parceria com convênios médicos.
O mais difícil nessa dinâmica é ter equilíbrio entre os tipos de consultas para que haja resultados positivos no caixa da empresa.
Por isso, preparamos um texto que vai te auxiliar a balancear o faturamento médico da sua clínica.
Como funciona o atendimento pelo particular
Clínicas na área da saúde que decidem atender de forma particular são totalmente responsáveis pela captação de clientes e pelo fluxo de atendimentos que terão.
É necessário montar toda a estrutura de atendimento, desde a parte física até logística, e encontrar estratégias que vão popularizar a sua clínica. Se não, de nada adiantará ter o espaço se não há pessoas para se beneficiarem dos serviços ali prestados.
A experiência do cliente também é um fator importante porque pode determinar se ele vai se fidelizar ao consultório ou não e se ele indicará a instituição futuramente para o próprio círculo de convívio.
Após o atendimento, o paciente deve fazer o acerto de valores, desde os custos das consultas, até insumos utilizados nos procedimentos. Em alguns locais, alguns tipos de pagamentos devem ser feitos antes mesmo do atendimento acontecer.
Vantagens
De forma geral, atender no formato particular vai proporcionar mais qualidade à assistência médica. Mais tempo poderá ser empregado nos procedimentos e mais fácil será de entender diagnósticos e encontrar boas soluções que vão afetar a qualidade de vida e bem-estar da população atendida.
Essa qualidade está refletida no valor que é cobrado por cada consulta ou exame. Como a atenção e cuidado são opostos a rapidez e massificação do convênio médico, o honorário pode ser mais valorizado, gerando um nível maior de faturamento médico.
Além do mais, seu paciente pode ser reembolsado pelo convênio e conseguir, na maioria das vezes, restituição integral daquilo que ele gastou de forma particular.
Desvantagens
Em comparação com o convênio, as consultas particulares têm baixo nível de alcance e pouca visibilidade. De acordo com relatório divulgado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar em janeiro de 2022, mais de 22 milhões de brasileiros estão no convênio.
Isso torna um pouco mais complicado conquistar pessoas que precisam de auxílio médico e também de criar uma cultura de que os profissionais da saúde precisam ser bem remunerados pelo o que fazem e pelo impacto positivo que podem causar na vida de alguém.
Como funciona o atendimento pelo convênio
Atender pelo convênio médico e oferecer uma prestação de serviço para essas empresas, e não diretamente ao cidadão. Então a sua clínica precisa se tornar parceira, se atrelar com uma operadora de plano de saúde. É por meio desses contratos que você vai começar a receber pacientes no seu consultório.
O pagamento não é imediato à finalização dos trabalhos. Ele demora um pouco mais para acontecer. Após prestar todo o auxílio médico, é necessário fazer uma espécie de recibo por meio das guias do padrão de Troca de Informações na Saúde Suplementar (TISS).
Haverá uma avaliação por parte das operadoras e aí sim será liberado o valor que foi gasto por você para suprir aquele trabalho que foi oferecido ao conveniado de forma credenciada.
Vantagens
A principal vantagem de atender pelo convênio é o quesito propaganda. Quando você faz o cadastro junto a essas empresas, a indicação dos seus serviços passa a acontecer de forma automática, uma vez que você vai fazer parte da rede credenciada.
Em outras palavras, assim que o paciente precisar de uma especialidade que você atenda, ele vai te procurar. Sem precisar de indicação ou checar perfis nas redes sociais. Desta forma, o fluxo de pacientes é maior.
Desvantagens
A remuneração oferecida pelos planos de saúde é o ponto mais desvantajoso quando o assunto é abordado. Esse quesito pode interferir diretamente no seu faturamento médico.
Cada operadora, cada cidade e cada especialidade tem um preço. Não é algo totalmente fixo. Mas existe uma média que é feita pela Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) que mostra que o preço médio de uma consulta paga por convênios no Brasil é de R$80.
Um artigo feito pelo médico cancerologista Drauzio Varella mostrou que mais do que 97% dos médicos prestam serviços aos planos de saúde e recebem de R$8 a R$32 por consulta. A médica gira em torno de R$20.
O Jornal O Tempo, publicou uma matéria sobre o conflito que estava existindo na área médica no ano de 2017, quando o Conselho Federal de Medicina defendia que a consulta médica fosse uma prática retirada dos planos de saúde e pagas pelos próprios pacientes. Na opinião do órgão, poderia haver mais equilíbrio no faturamento médico e também reduzir consultas desnecessárias que são solicitadas e agendadas pelos pacientes.
O fator financeiro não é a única desvantagem dos atendimentos pelo convênio. Existe outro motivo que pode impactar – e muito – o faturamento médico.
Como foi explicado anteriormente, o consultório precisa adotar algumas práticas para que consiga faturar os serviços prestados ao convênio. Estamos falando do conhecido TISS.
Em um primeiro momento, ou até mesmo para quem está começando, pode parecer que utilizar o padrão de Troca de Informações na Saúde Complementar é algo muito corriqueiro, de pouco esforço e que não traz muitos problemas.
Mas a prática do dia a dia se mostra um pouco diferente disso. Normalmente, quem fica responsável por essa comunicação entre clínica e convênio é a secretária médica.
Quase toda parte burocrática e administrativa fica por conta desse cargo. Óbvio que pode variar de empresa para empresa, mas é muito comum encontrar locais que deixam o preenchimento desses papéis para as secretárias, após fornecerem treinamentos.
Qualquer erro de preenchimento, qualquer falta de informação ou inconformidade com o modelo necessário vai impedir imediatamente que a sua empresa receba os valores das operadoras de saúde. Principalmente quando o preenchimento é feito por humanos e de forma manual.
O não recebimento do que foi gasto é chamado de glosas hospitalares. Isto é, quando o convênio não faz o pagamento a clínicas, centros hospitalares ou laboratórios por divergências administrativas. Isso inclui desde consultas, até procedimentos, exames e cirurgias.
Pense, hipotéticamente, que você tem algumas contas da empresa para pagar, desde salários até conta de água, e esse dinheiro não entrou como provento no caixa da empresa como era o esperado, justamente pelas glosas. O que você faria?
A situação fica ainda mais grave se o seu faturamento médico depende exclusivamente das operadoras do plano de saúde.
Como equilibrar o faturamento médico?
Pode ser que você esteja pensando que é necessário escolher uma linha de atendimento, sendo 100% pelos planos de saúde ou então integralmente particular. Como se fosse preciso escolher um caminho e focar apenas nele. Mas não precisa ser assim, não é uma regra.
Esse, inclusive, pode ser um dilema que é enfrentado por profissionais da saúde logo no início da carreira e até mesmo quando decidem empreender. Ter o seu faturamento médico vinculado unicamente a um desses dois métodos pode tornar o seu financeiro instável e desequilibrado, afinal te contamos que há desvantagem em ambos.
Você pode usar esses dois formatos no dia a dia da sua clínica. A grande questão é entender como o equilíbrio pode te ajudar no faturamento médico. Atender tanto no convênio quanto no particular pode ser muito vantajoso para seus negócios.
O ideal é você conhecer muito bem todos os custos da sua empresa e entender em quanto tempo de trabalho você consegue supri-los. Isso se chama planejamento financeiro. De forma prática: analise primeiramente tudo que você precisa pagar mensalmente:
- Todos os salários dos colaboradores
- Pró-labores
- Conta de luz
- Conta de água
- Materiais que são utilizados na consulta
- Aluguel, parcela ou condomínio do espaço físico que você utiliza
- Sistema de gestão que te permite fazer teleatendimentos.
- Fazer investimentos em equipamentos, técnicas ou simplesmente no caixa ou na reserva de emergência do negócio.
Para ter todas essas informações de forma prática e fácil, é interessante que você conte com um software de gestão que vai te fornecer listas com todas as despesas cadastradas. Ter noção sobre esses dados é também uma forma de melhorar o faturamento médico.
Após ter esse conhecimento sobre esse valor, você pode pensar em quantas consultas, quantos exames ou quantas cirurgias você precisa fazer no mês para ter, pelo menos, como cobrir os custos do estabelecimento de saúde.
Exemplo: preciso de cem consultas, dez exames laboratoriais e duas cirurgias no mês para as contas ficarem no azul. Pensando nessa necessidade, você pode dividir esses serviços em particulares e conveniados. Entendendo qual deveria ser sua média mensal em cada um deles para chegar no seu valor mínimo de operação.
Nessa diversificação, você deve apostar e usar todas as vantagens de cada um deles a seu favor.
Mas saiba também se precaver dos empecilhos. Ainda que o atendimento por convênio possa gerar glosas médicas, uma boa solução é alterar a forma do preenchimento. Contar com um sistema de gestão pode ser uma ótima alternativa nesse momento. Assim os erros são menores e mais pontuais, fazendo com que não interfiram no seu faturamento médico e que você receba de acordo com todos os serviços que foram prestados ao convênio.
No campo das consultas particulares, aposte em estratégias para atrair novos clientes para que a sua popularização seja feita não somente pelo convênio.
Essas análises propostas nesse texto vão fazer com que você tenha mais domínio e controle sobre a parte financeira do seu consultório, melhorando cada vez mais o faturamento médico.
No entanto, existem tantos outros conceitos e aplicações práticas que podem auxiliar no seu faturamento médico. Por isso a Amplimed preparou um conteúdo completo para você!
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