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6 metas internacionais de segurança do paciente: tire suas dúvidas

As 6 metas internacionais de segurança do paciente são práticas de padrão global que colaboram para a eliminação ou redução dos riscos clínicos. Saiba mais!
Fundo roxo, com mãos montando um círculo ao redor de um boneco de madeira, que representa o médico cuidando da vida humana.

As 6 metas internacionais de segurança do paciente foram desenvolvidas em 2006 pela Joint Commission International (JCI) e visam garantir as melhores práticas durante todo o atendimento.

A JCI, uma entidade sem fins lucrativos, é responsável pela aceitação de unidades de saúde nos Estados Unidos. 

A construção das normas foi realizada em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

As metas estabelecidas são práticas de padrão global que garantem a segurança do paciente, eliminando ou reduzindo sua exposição à riscos.

Leia também: Segurança de informações médicas: Onde estão os dados do seu paciente?

Neste texto, explicaremos sobre elas e a importância da segurança do paciente para você aplicar em sua clínica. 

Confira:

Médico colocando sua mão em cima da mão de uma paciente, em sinal de apoio e força.

O que é segurança do paciente?

A segurança do paciente é parte fundamental do trabalho de qualquer profissional da saúde. 

Afinal, o ambiente clínico é responsável por promover a saúde e segurança para as pessoas. 

Por isso, abrange estudos e práticas que visam a diminuição — e, em alguns casos, até eliminação — de riscos na assistência em saúde das pessoas. 

Para entender melhor, veja um exemplo:

Uma paciente com gestação de risco é internada em um hospital a fim de tratar uma pré-eclâmpsia.

Devido à sua condição, ela precisa passar a maior parte do tempo em repouso. No entanto, depois de alguns dias de internamento, ela é incentivada a dar algumas caminhadas e tomar um sol. 

Esse espaço por onde ela irá percorrer precisa estar livre de obstáculos que podem causar queda, já que a paciente está em estado de risco e gestante.

Além disso, o ambiente também precisa ser higienizado e afastado de locais onde ficam internadas pessoas com infecções ou outras patologias que são transmissíveis.

Ou seja: garantir a segurança do paciente é evitar incidentes por meio de cuidados no dia a dia.

Entre todos os cuidados, destacam-se as 6 metas internacionais de segurança do paciente. Na sequência, você vai entender melhor sobre cada uma delas:

Quais são as 6 metas internacionais de segurança do paciente?

Como você viu, com a necessidade de garantir a segurança do paciente e melhorar a qualidade do atendimento, a JCI, em parceria com a OMS, estabeleceu 6 metas internacionais de segurança do paciente. 

Veja: 

1. Identificar corretamente os pacientes

A primeira meta é também o primeiro passo para a segurança do paciente: sua identificação. 

Todos os pacientes devem ser identificados com, no mínimo, nome e data de nascimento. 

A identificação correta visa evitar aplicação indevida de medicação ou de procedimentos médicos. 

Você sabe que a prescrição ou a administração de medicamentos de forma equivocada pode gerar complicações graves. 

Então, garanta que sua clínica tenha excelência no controle de pacientes. 

Essa meta também facilita a atuação dos profissionais. Afinal, muitas vezes, os pacientes podem ficar desconfortáveis em repetir suas informações pessoais, seus sintomas e histórico familiar

Leia também: Conciliação medicamentosa: o que é e como deve ser aplicada

Por isso, tenha todos os dados organizados, que possam ser acessados a partir do nome ou do código de cadastro do usuário de seus serviços. 

Para facilitar a identificação, sua clínica pode utilizar pulseiras impressas pelo seu sistema de gestão. 

Assim, a equipe responsável poderá compartilhar a evolução do atendimento no prontuário eletrônico. 

O acesso às informações também será facilitado, porque basta procurar no sistema de gestão pelos dados registrados na pulseira.

Médica conversando com paciente homem, seguindo as normas de metas internacionais de segurança do paciente.

2. Estabelecer uma comunicação efetiva

A comunicação médico paciente é um dos pilares do tratamento. Afinal, ela é importante tanto para que o profissional da saúde entenda as queixas e os sintomas, quanto para pacientes e familiares compreenderem o processo da doença e as prescrições. 

É importante ficar atento, também, à comunicação entre profissionais. Garanta que as informações sejam transmitidas de forma objetiva, completa e clara. 

Além disso, certifique-se de que nenhum dado será perdido durante essas trocas.

Para que a comunicação seja efetiva entre profissionais, pacientes e entre a equipe profissional, é preciso que todos estejam dispostos a:

  • Fazer perguntas;
  • Tirar dúvidas.

Sempre, após explicar algum procedimento, pergunte se seu interlocutor entendeu. Mostre-se disposto a responder perguntas e explicar novamente se necessário. É dessa forma que se constrói a escuta ativa.

Assim, pacientes e equipe estarão em harmonia, em um cenário de atendimento humanizado em prol dos tratamentos. 

Outro aspecto que requer sua atenção é a segurança dos dados do paciente. 

Para que a comunicação interprofissional sempre conte com todas as informações necessárias, é preciso ter um sistema de gestão para profissionais de saúde confiável.  

Afinal, nenhum dado pode ser perdido, tampouco acessado por pessoas não autorizadas. 

Leia também: Laudo digital: sua clínica preparada para atender à distância

3. Prezar pela segurança de medicamentos

Além de garantir a identificação correta dos pacientes e buscar uma comunicação efetiva, sua clínica deve prevenir erros na utilização de medicamentos, uma vez que isso ameaça a vida dos pacientes. 

As medicações de alta vigilância representam um risco ainda maior se administradas de forma equivocada. 

Mãos segurando um vidro de medicamento, enquanto, ao lado, estão as mãos de outra pessoa com mais idade.

Por isso, são gerenciadas com critérios específicos. Os cuidados devem ser aplicados ao armazenamento, à prescrição eletrônica, dispensação, administração e ao monitoramento dos efeitos.

Nossa dica é que você sempre busque esses 5 acertos:

  • Paciente certo;
  • Medicamento certo;
  • Dose certa;
  • Via de administração certa;
  • Horário certo.

Perceba que, para atingir essa excelência, é preciso que, em todos os atendimentos, os pacientes estejam devidamente identificados e que exista uma boa comunicação entre a equipe. 

Para isso, atente-se às questões relacionadas à anamnese do paciente: alergias, interações medicamentosas, superdosagem, idade, peso etc.

Três profissionais de saúde em sala de cirurgia, operando paciente, seguindo as normas de metas internacionais de segurança do paciente.

4. Garantir a segurança do paciente para cirurgias

Essa diretriz tem como propósito minimizar os riscos cirúrgicos antes, durante e depois dos procedimentos. 

Para isso, é preciso efetuar a verificação de segurança do paciente de cada ponto específico da cirurgia conduzida. 

Antes de qualquer procedimento invasivo, é necessário verificar a identificação do paciente. 

Então, deve-se fazer a marcação do local cirúrgico quando for indicada e a adequação dos equipamentos necessários. 

Além disso, é preciso confirmar o procedimento prescrito e se o consentimento informado foi obtido. 

Os protocolos cirúrgicos propiciam um ambiente confiável para os profissionais, que podem atuar garantindo a segurança dos pacientes. 

É claro que cada procedimento possui suas próprias recomendações. Como regra geral, garantir a segurança para cirurgias consiste em obedecer esses protocolos e diretrizes para cada caso.

5. Reduzir o risco de infecções associadas aos cuidados em saúde

Durante os atendimentos, os pacientes são expostos a riscos de contaminação associados aos próprios procedimentos. 

O controle de infecções é um grande desafio para os estabelecimentos de saúde. Por isso, muitas empresas possuem departamentos específicos para esse cuidado. 

A principal atitude para o controle de contaminação, na verdade, é simples: lavar as mãos. 

A OMS e os Centros de Controle e Prevenção de Doenças têm diretrizes baseadas em evidências sobre a higienização adequada das mãos.

Deve-se lavar as mãos:

  • Antes de tocar no paciente;
  • Antes de realizar procedimentos;
  • Após risco de exposição a fluidos corporais;
  • Depois de ter contato com o paciente;
  • Após contato com áreas próximas a ele (roupas de cama, equipamentos, móveis etc).

6. Prevenir complicações decorrentes de quedas

Pacientes que sofrem quedas durante o atendimento ou períodos de observação podem ter danos graves. 

Uma alternativa utilizada como prevenção é a classificação dos pacientes de acordo com o risco de queda. 

Há fatores predisponentes, como: idade avançada, doenças ou medicamentos que afetam o equilíbrio ou a mobilidade. 

Após identificar o risco, os profissionais podem adotar medidas de orientação aos pacientes e acompanhantes. 

Além disso, o estabelecimento de saúde pode oferecer um ambiente adaptado, com barras de apoio em móveis e nas paredes.  

Prevenir as lesões por quedas é parte importante da boa assistência em saúde. 

Agora que você já conhece as 6 metas internacionais de segurança do paciente, é hoje de saber mais sobre o Núcleo de Segurança do Paciente, que surgiu com a portaria que instituiu o Programa Nacional de Segurança do Paciente, de 2013.

O que é Núcleo de Segurança do Paciente (NSP)?

O NSP visa apoiar e implementar ações voltadas para o atendimento seguro e de excelência para pacientes em clínicas e hospitais. 

Por isso, os NSPs devem ser estruturados internamente nos serviços de saúde, sejam públicos, privados, filantrópicos, civis ou militares.

De acordo com a RDC nº 36 de 25 de julho de 2013, todos os serviços de saúde brasileiros, com exceção de consultórios individualizados, laboratórios clínicos e serviços móveis e de atenção domiciliar, devem contar com o NSP.

Ou seja, clínicas e serviços especializados de diagnóstico também devem se preocupar com esse Núcleo que trabalha para reduzir riscos dentro das instituições. 

Leia também: Prontuário eletrônico: leis, segurança e melhores práticas médicas

Lembrando que o NSP deve ser composto por uma equipe multiprofissional, capacitada para melhorar a qualidade do atendimento e a segurança do paciente.

Médico sentado em frente de computador atendendo mãe que segura criança pequena no colo, seguindo as normas de metas internacionais de segurança do paciente.

_________

Como você viu até aqui, as metas de segurança do paciente são diretrizes básicas para garantir um bom atendimento para todos os pacientes. 

Nesse sentido, sua equipe deve ser vigilante quanto ao respeito por essas normas e, se for o caso, a estruturação de um Núcleo de Segurança do Paciente. 

Nossa dica para garantir que sua clínica siga as 6 metas de segurança do paciente é centralizar seus dados em um sistema de gestão para clínicas e consultórios.

Assim, você mantém tudo em tela única, todas as informações sobre histórico do paciente e muito mais, minimizando os riscos de:

  • Erros na identificação do paciente;
  • Comunicação ineficiente;
  • Administração incorreta de medicamentos (ex: esquecer das alergias dos pacientes).

Leia mais: Prontuário médico: qual sua importância na rotina do consultório

Além disso, você também garante a segurança necessária prevista pela LGPD, no que diz respeito ao manejo de dados do paciente.

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