Histórico familiar é o relato de todas as enfermidades que já atingiram um grupo de pessoas que possuem vínculos por questões sanguíneas e de DNA.
Todo descendente tem algum nível de curiosidade para saber como foi a vida dos antepassados, onde moraram, como se conheceram, com o que trabalhavam, como era a rotina, o que enfrentaram e quais eram as visões de mundo que tinham naquela época.
Essa curiosidade pode parecer algo banal ou meramente histórico e social. Mas também é uma questão médica.
Toda vez que falamos de histórico familiar, também estamos falando de medicina preventiva. Isso porque quando vamos começar a trabalhar ou aperfeiçoar o atendimento de prevenção, existe uma intensa necessidade de incluir o histórico familiar em todo o processo de prestação de serviço à saúde.
Em algumas situações, a quantidade de vezes que uma pessoa vai precisar ver um médico vai depender do histórico familiar que ela tem. Não é uma regra, mas as chances podem ser muito maiores. Visto que as famílias têm muitos fatores e hábitos em comum, desde genes até forma de levar a vida.
Continue acompanhando o texto para entender mais sobre a importância do histórico familiar, quais doenças podem ser mapeadas e como elaborar um para cada paciente que você atende.
Qual a importância de conhecer o histórico familiar?
Sabe aquele famoso ditado “filho de peixe, peixinho é!”? Ele pode ser bem aplicado nessa situação para que haja maior compreensão sobre o tema.
Saber de fatos relevantes da família no campo da saúde pode ajudar – e muito – na vida atual dos pacientes que você acompanha.
O vínculo biológico dentro da mesma família pode trazer à tona doenças que são mais favoráveis de serem desenvolvidas de maneira predisposta simplesmente pelo fator genético.
Ter um histórico familiar muito bem delineado serve para saber quais doenças podem tomar conta do corpo do assistido com mais facilidade.
Essa constatação vai permitir que tratamentos sejam aplicados, sejam os mais comuns e convencionais ou então os que fazem parte da medicina integrativa.
Mas calma que nem todas as doenças que fazem parte da família podem estar no sistema de um descendente. Não é regra e nem nada muito extremo e fadado.
Só que para saber se uma patologia vai afetar ou não, é necessário fazer alguns exames a título de buscas e pesquisas. O exemplo principal é o exame genético que vai avaliar genes, proteínas e cromossomos a fim de identificar alguma mutação.
Em caso de descobertas de doenças genéticas que podem sim atrapalhar o presente e o futuro daquela família, demais exames devem ser recomendados pelos médicos e feitos pelos pacientes. Como mamografias, endoscopias, colonoscopias, exames clínicos gerais e também cardiológicos.
Também cabe ao profissional da saúde indicar novos hábitos saudáveis que vão alterar para melhor o estilo de vida, como prática de esporte, alimentação saudável e eliminação de vícios.
Quais doenças têm o histórico familiar como fator de risco?
Algumas doenças podem ser difíceis de serem diagnosticadas e avaliadas em um estágio inicial. Se tornando conhecida pelo paciente e pelo médico somente após o aparecimento de alguns sintomas e podendo, consequentemente, já estar em um estágio mais avançado. O histórico familiar pode ajudar nessas situações, descobrindo, por exemplo:
- Doenças multifatoriais, isto é, causada por estilos de vida e combinações ambientais, como as doenças autoimunes;
- Doenças monogênicas, que afetam apenas um gene. A doença neurodegenerativa de Huntington que afeta em dificuldade motora e cognitiva;
- Doenças cromossômicas, que acontecem por uma combinação diferente do comum durante as divisões celulares, duplicando ou invalidando cromossomos, como acontece na síndrome de Patau.
É como se o histórico familiar fosse uma prática proativa em que não é necessário esperar por algo para então começar a agir. A ação pode acontecer ainda na fase mais branda das enfermidades.
Mas não são todas que podem ser identificadas pelo histórico familiar ou ainda que foram, de fato, desenvolvidas ou adquiridas pelos familiares. Por isso separamos alguns exemplos práticos que demonstram a influência do histórico familiar como risco de doenças:
O professor da Universidade de São Paulo (USP), Jesus Paula Carvalho, concedeu uma entrevista ao Jornal Folha de São Paulo afirmando que o câncer no ovário pode ter um rumo diferente no corpo de algumas pessoas se exames genéticos e cirurgias preventivas forem feitos.
As complicações nos aparelhos femininos não param por aí. No primeiro semestre do ano de 2013, a atriz Angelina Jolie foi até a imprensa americana para dizer que realizou uma cirurgia para retirar os seios na tentativa de prevenir um câncer de mama. O procedimento executado chama mastectomia dupla.
A decisão foi tomada após a artista conversar com médicos e contar que a própria mãe teve a doença, estendendo uma luta por dez anos que finalizou em óbito quando a mãe completou 56 anos.
A partir desse relato de histórico familiar, os médicos estimaram que ela tinha um risco de 87% de desenvolver o câncer de mama e de 50% de ter câncer de ovário. Como forma de prevenção e na tentativa de não repetir a história, Angelina Jolie passou pelo processo de retirada para diminuir as chances de enfrentar a enfermidade.
O fato chamou atenção de muitas pessoas, inclusive da mídia brasileira que compartilhou e criou espaço de debates para o assunto entre especialistas, instituições e organizações não-governamentais. Uns contra a prática, outros a favor. Mas independente dos posicionamentos, mais informação e mais análise foi colocada à tona para toda a população, além claro da chamada de atenção para diagnóstico precoce e prevenção.
Também existem outras doenças que têm o histórico familiar como fator de risco. São elas:
- Demais tipos de câncer
- Diabetes
- Alzheimer
- Asma
- Colesterol alto
- Doenças cardiovasculares
- Hipertensão
- Questões psiquiátricas, como depressão, ansiedade, transtorno bipolar e esquizofrenia.
- Doenças raras: fibrose cística; hemofilia; distrofia muscular; anemia falciforme.
Quais informações são importantes dentro do histórico familiar?
Para saber se o histórico familiar vai impactar ou não a saúde do seu paciente, é necessário fazer uma boa pesquisa e acertar nas perguntas para conseguir fazer essa identificação. Por isso que nesse momento uma boa anamnese é imprescindível.
Para o tópico específico do histórico familiar, é importante ressaltar que os parentes mais importantes são pais, irmãos e filhos. Doenças nesse nível familiar devem ser averiguadas em primeiro lugar. Logo depois essa faixa se estende para avós, tios, sobrinho e meio-irmão.
Antes de iniciar os questionamentos, você pode deixar o paciente mais tranquilo e confortável para falar desses temas ao explicar de forma lúcida e transparente qual a finalidade aquelas perguntas. Para profissionais da saúde pode ser um tanto quanto óbvio e lógico indagar uma pessoa na consulta. Mas o mesmo pode não ocorrer para os demais cidadãos que não tem bagagem na área médica.
Após essa explicação, você pode iniciar o questionário em formato de conversa mesmo, mas se concentrando e focando em dúvidas como:
- Verificação do histórico de doenças individual
Quais doenças já foram diagnosticadas por outros profissionais até o momento da consulta.
- Verificação de comorbidades
Se o paciente tem pressão alta, diabetes, colesterol alto, pressão alta ou baixa ou alguma doença cardíaca.
- Histórico de cirurgias e procedimentos
Cirurgias ou procedimentos que já foram realizados em algum momento da vida, conferindo também idade e motivos que o levaram a ter essa necessidade na época.
- Histórico de doenças graves
Alguma outra doença grave que já tenha tido, como acidentes cardiovasculares ou câncer.
- Histórico familiar completo
Como é a condição de saúde de familiares, principalmente sobre doenças e causas de mortes. Lembrando, claro, de seguir a ordem que foi mencionada anteriormente neste texto.
- Conhecer a rotina
Qual a rotina do paciente, quais os principais hábitos, estilo de vida, exercícios musculares e principais dificuldades físicas ou mentais que possam atrapalhar atividades do dia a dia.
Existem médicos que elaboram até mesmo uma árvore genealógica que inclui avós, pais, filhos, sobrinhos, irmãos, tios e primos. Para cada um é anotado a principal condição médica que pode ter interferência hereditária, além de hábitos de vida e tipos de ambientes que estavam inseridos.
Essas perguntas e essa investigação devem ser feitas logo na primeira consulta com o paciente. Afinal, o resultado dessa verificação pode ditar o restante do tratamento e contribuir para melhora significativa do assistido.
Como documentar o histórico familiar do paciente?
É esperado que novos encontros entre médicos e pacientes ocorram depois da primeira consulta, conforme mencionado no tópico anterior. Seja com outro profissional da sua equipe, ou ainda com o encaminhamento para outra clínica. Por isso, você precisa pensar em como arquivar e documentar todas as informações adquiridas nas conversas dos atendimentos ou nos exames feitos.
Antes de falar de opções, uma coisa é óbvia: Guardar na memória nunca é uma boa alternativa. Contar com essa parte do cérebro pode ser muito perigoso e inseguro, gerando situações que podem prejudicar a vida do paciente.
Qualquer erro de comunicação pode ser crucial no processo de auxílio na saúde. Ainda que eles aconteçam, o ideal é evitar o máximo que conseguir. Principalmente quando falamos de questões básicas quanto ao manuseio de informações sobre os atendidos.
Por isso é importante ter um software de gestão que vá te auxiliar nesse quesito, garantindo que você não tenha problemas com rasuras, desgastes de papéis físicos, danos ou roubos.
Sistemas de saúde também são a melhor pedida porque eles podem ser acessados de qualquer local, porque tendem a deixar todos os dados arquivos na nuvem, com toda a certificação digital que é exigida para tal.
Dessa forma, basta ter um login e senha de acesso para que as informações sejam consultadas sempre que necessário, independentemente do dia da semana, do horário ou do local físico.
É justamente no software de gestão médica que você também encontrará o prontuário eletrônico. Essa ferramenta digital, além de otimizar o tempo de preenchimento gasto pelos especialistas, organiza e abriga todo o histórico clínico do paciente, resultados de exames no mesmo local.
Ao começar a desenvolver o histórico familiar do seu cliente, ele também poderá ser armazenado no mesmo lugar, ficando fácil de ser visualizado no decorrer do tratamento e também para demais especialistas que possam participar do caso.
O prontuário eletrônico é seguro e confiável, e está diretamente relacionado à Lei Geral de Proteção de Dados. Uma preocupação que você deve ter nesse momento é de optar por um sistema que já está adequado a essa nova legislação, como é o caso da Amplimed.
Todas essas possibilidades automatizadas que foram expostas neste texto fazem parte de uma mudança que a medicina tem enfrentado há décadas, mas com muito mais força de uns anos para cá. Estamos falando dos aprimoramentos digitais.
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